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Muitos de nós já experienciámos algum tipo de choque cultural, tanto no exterior como até mesmo, no nosso próprio país. Nós pedimos aos nossos embaixadores do programa Open World Travelers, que partilhassem alguma história sobre um choque cultural que tiveram durante as suas viagens e abaixo, podes encontrar 7 de entre muitas histórias que foram partilhadas.

Varanasi, Índia: um verdadeiro choque cultural

Imagina-te a ver os rituais num barco. Foto: © simplesmenteviajar07

Varanasi, cujo seu nome significa Porta do Céu, é particularmente especial. É considerada das cidades mais antigas do mundo e retrata a Índia no seu estado mais bruto. Aqui o choque cultural é verdadeiramentei mpressionante, pois determinados costumes e tradições mantêm-se desde há muitos anos.

Os hindus acreditam que Varanasi é o lugar mais sagrado na terra e o rio Ganges é venerado em forma de Deusa Ganga. Neste local praticamente tudo acontece. A água, também ela, sagrada (e poluída) continua a ser procurada pelos peregrinos – para beber, lavar o corpo e a roupa, e entregar as cinzas de entes falecidos, como forma de se libertarem de todos os pecados.

Os degraus (ghats) que ladeiam as margens do rio, representam a ligação entre o terrestre e o divino e cada uma delas tem um significado. É possível ver indianos a rezar, praticar ioga ou até mesmo lavar a roupa nas ghats. Aqui, é também onde acontecem as cremações de muitos indianos, o que resulta numa imagem tão inesquecível, quanto mórbida.

Aos nossos olhos, é um ritual chocante, mas para os indianos é uma prática libertadora das almas. Efetivamente o choque cultural é grande, mas em simultâneo, a envolvência, os cheiros, as cores e todos estes rituais, conferem a Varanasi um toque mágico e muito especial.

Experiência de viagem de Rute Pinheiro no Simplesmente Viajar

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Katmandu, Nepal: choque cultural em viagem

O Nepal e as suas belezas. Foto: © viagens100nomes

Ainda estávamos no avião, a aterrar no aeroporto de Katmandu e o nervosismo já nos inundava. Não sabíamos o que nos reservava este país. A primeira hora foi desconfortável, confusão de vistos e pressão de taxistas: ainda não estavámos habituados.

Enquanto atravessámos a cidade com o taxista mais persistente, a caminho da família que nos ia acolher, vimos uma cidade velha, pobre, ruidosa e caótica. Entre nós, olhávamo-nos e sentíamos que a nossa perspectiva tinha encontrado outra realidade. A intensidade desse trajeto nunca será esquecida.

À nossa espera estava uma família que nos acarinhou e ensinou muito. Essa, aliás, seria uma constante no Nepal: gente muito receptiva e bondosa. Nesta casa ficámos 12 dias. A água, para beber, era fervida numa fogueira no quintal; para tomar banho, chegava-nos fria, gelando ainda mais o mês de janeiro.

O Nepal é um país pobre e a sua capital reflete isso. O trânsito caótico, o lixo e o pó são aliados daquelas ruas, que recebiam muitas pessoas sem casa e sem comida. No entanto, a nossa experiência em Katmandu não foi má. Saltitámos de templo em templo e de praça em praça, em contato pela primeira vez com o misticismo do hinduísmo e do budismo.

Experiência de viagem de João e Ana no Viagens 100 Nomes

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Havana, Cuba: quebrando mitos

Abraça novas culturas. Foto: ©manueljoaolago

As minhas expectativas eram altas e a verdade é que as superou a todas, tornando-se assim num dos países que eu mais gostei de visitar!

Para quem gosta de conhecer novas cidades, Havana é perfeita para explorar, é fotogênica, enigmática, cheia de contrastes e com a capacidade de nos fazer voltar atrás no tempo, os carros, os edifícios coloridos, as pessoas, parece que voltamos aos anos 50, e é aqui que reside a maior beleza de Havana e uma das maiores razões para a visitar, antes que se renda à modernidade.

Para compreender Cuba é necessário compreender Havana e para o fazer é preciso entrar nas ruas e abraçar a sua cultura e a sua história, conhecer as pessoas, entender a sua forma de vida, e, se o fizerem, vão passar momentos únicos que irão tornar esta viagem uma das melhores.

Assim, viajar para mim é abrir a minha mente a novas pessoas, novas culturas, pontos de vistas diferentes, livrar-me de qualquer preconceito ou ideia prévia e aproveitar tudo que um país tem para me dar e em Cuba não foi diferente.

Apesar do choque cultural, conhecer e entender a cultura Cubana foi uma das melhores experiências que já tive, uma cultura diferente não tem de ser um experiência negativa, muito pelo contrário!

Com esta experiência aprendi que para entender esta cultura é preciso entrar nas suas ruas e abraçar a sua história, conhecer as pessoas e a sua forma de vida, e, se o fizerem vão passar momentos únicos e criar as melhores memórias!

Experiência de viagem de Manuel João Lago no Lago Was There

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Rio de Janeiro, Brasil: uma varanda para o Rio

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A descida pela Favela do Vidigal. Foto: © quilómetrozero

Durante a nossa estadia no Rio de Janeiro, decidimos que queríamos ver a nossa cidade amada bem do alto e nenhum sitio nos atraía mais do que o mítico Morro dos Dois Irmãos.

Começámos o dia bem cedo, partimos de Copacabana em direcção ao ponto de encontro. Depois de reunirmos todo o grupo começámos a andar em direcção à favela do Vidigal. Ainda no sopé da montanha, tivemos o nosso primeiro choque cultural ao apercebermo-nos da quantidade de polícia que nos rodeava pois estávamos mesmo em frente a uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), cujo principal objetivo é o desmantelamento das redes de tráfico de droga existentes nestas comunidades.

Passado uma hora, lá estávamos nós no topo do Morro e não cabíamos em nós de tamanha felicidade. Lá bem do alto conseguíamos avistar todo o Rio de Janeiro na sua magnitude.

Após contemplar esse momento, toda a descida foi feita pelo meio da favela e aqui sim, tivemos a verdadeira noção do que viver neste local representava. As condições de vida são degradantes, diria até que desumanas em certos casos. Os cães deambulam magros pelas ruas e o lixo acumula-se em cada cada canto. O emaranhado de fios sobrevoa sobre nós. Nota-se que é um lugar esquecido pelas autoridades e que a manutenção que deveria ser feita é deixada à mercê dos habitantes, que na maioria dos casos não tem condições económicas para a fazer.

Depois de chegarmos ao fim e de termos vivido um completo choque cultural tivemos direito a um delicioso almoço na casa da irmã da nossa guia Ana que vos garanto, ter sido um dos melhores por terras Brasileiras.

Experiência de viagem de Ivan Simão no Quilómetro Zero

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Tunísia e Marrocos: sobre os choques culturais

Uma das praias no Marrocos. Foto: © catya.meraki

O verdadeiro choque cultural, acontece principalmente quando viajamos até um país com uma cultura e religão completamente diferente. Como por exemplo, Índia, Tailândia. Emirados Árabes, mas eu vivi o primeiro choque cultural na Tunísia.

Foi a primeira vez que saí da Europa para ir até um continente que eu achava que não ia tão cedo mas estou grata pela oportunidade. A seguir à Tunísia, fui a Marrocos. Dois países diferentes e em todos eles tive choques culturais distintos.

A Tunísia, foi o primeiro país que visitei fora da minha “área de conforto” e o que me chocou, foi ver de perto a forma como as mulheres se têm de vestir. Uma coisa é ver na televisão, vídeos ou fotografias. Outra, completamente diferente, é passar na mesma rua que aquelas mulheres e por muito que tentemos não “dar nas vistas”, é impossível. Dei por mim a olhar de uma forma muito focada para as roupas delas e a agradecer o facto de eu poder vestir-me da forma como eu bem entender.

Em Marrocos a sujidade do país sobressaiu. Seja ela nas ruas ou nas praias, vê-se muito lixo. Outra coisa que me chocou, e mesmo sabendo que Marrocos é um dos países muçulmanos mais liberais, foi o facto dos homens olharem muito, principalmente se nós, mulheres, andarmos com as pernas e os braços destapados. Podemos andar na rua sem grande problema mas temos de ter muito cuidado com o que vestimos, quanto mais não seja, por respeito ao país onde estamos. No entanto, percebi que realmente há uma diferença muito grande comparativamente com a Tunísia pois as mulheres, em Marrocos, podem vestir-se mais a gosto pessoal (mas respeitando algumas regras/leis) e não são obrigadas a usar burkas.

Experiência de viagem de Cátia Ferreira no Meraki

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Roménia: cintos no carro

A gira cidade de Brasov. Foto: © wildmadtai

A minha história foi, para mim, um pouco surreal e um pouco inesperada. Desde de pequena que eu estou habituada a por o cinto no carro. Uma coisa bem simples que a maioria das crianças também está a habituada, ou assim pensava!

Na Europa, existem vários países que não têm cinto na parte de trás do carro e, quando perguntei pelos cintos ou eles não entendiam do que estava a falar ou riam-se e diziam: “Não precisas disso!”. Nunca pensei que ainda houvessem países europeus com carros sem cinto no  banco traseiro e nunca pensei que me iria chocar tanto e de que iria precisar tanto, como quando entrei num táxi romeno, onde um taxista benzia-se sempre que via uma igreja ortodoxa. Isto é algo muito comum entre os romenos e, às vezes requer as duas mãos para tal! Não vou mentir, senti-me noutro mundo, pois para mim, nem o cinto nem a benção sempre que se vê uma igreja, faziam sentido para mim. Mas, com o tempo ganhas o hábito de não ligar e aprendes que é assim que eles vivem.

São pequenas coisas como estas, que nunca pensaríamos ter problemas. Por vezes, chocam-nos mais, mas é também com as quais, aprendemos mais sobre um país que nos é próximo, mas ao mesmo tempo, é tão longe.

Experiência de viagem de Catarina Rodrigues no Wild Mad Tai

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Marraquexe, Marrocos: a nossa experiência

Aproveita bastante a Medina de Marraquexe. Foto: © espreitaromundo

Foi em agosto à tarde, quando desembarcamos em Marraquexe. Passámos pela trilha a pé, atormentados pelo calor que parecia brotar do chão. Fora do aeroporto, o motorista estava a nossa espera para levar-nos para “Riyadh”.

Dali fomos para a Medina de Marraquexe. O tráfego parecia confuso e regras pareciam não existir. Depois de deixármos as malas, aproveitámos a oportunidade junto com o resto da tarde, para passear tranquilamente. Foi aqui, que a nossa experiência começou e o choque aconteceu.

Nos becos estreitos de Medina, circulavam carrinhos de mão, trailers, motos, bicicletas e pessoas a pé sem qualquer regra. Até então, não tínhamos percebido a confusão que isso poderia causar em nós mesmos. Estavamos focados em apreciar as vistas, quando ouvimos alguém numa bicicleta gritar algo que não entendemos. Provavelmente era a pedir para nos movermos e nos desviarmos da sua rota. Nós então pulamos para o lado oposto, e no mesmo instante, tivemos que recuar porque uma moto também apareceu.

Desse momento, tentámos impor a regra do andar à direita e andar em grupo, mas não funcionou. Diversos veículos apareceram de todos os lados, alguns buzinaram, outros gritaram e nós pulavamos de um lado para o outro, completamente descoordenados, chorando, assustados… Um verdadeiro caos para todos.

O mais impressionante, é que os residentes circulam normalmente e sem grandes contratempos. Ficámos conscientes de que era apenas um “primeiro dia de choque”, e acostumamo-nos com a confusão e esse episódio foi lembrado por todos como brincadeira, várias vezes durante a semana em momentos de descontração e socialização.

Experiência de viagem da Andreia e do Marco no Espreitar o Mundo

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Gostaste dos choques culturais? Queres saber mais? Vê a Cultura americana alternativa nas cidades menos turísticas do país. Se tiveres em viagem nalguns destes países, traz um Souvenir de viagem, uma lembrança cultural.

Sobre o autor

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